Os policiais militares que permaneciam amotinados no Ceará encerraram o motim na noite deste domingo, 1º, após treze dias. O agentes estavam agrupados no 18º Batalhão de Fortaleza, onde decidiram aceitar proposta apresentada por comissão especial formada pela gestão Camilo Santana (PT), Assembleia Legislativa do Estado, Ministério Público, Tribunal de Justiça e Ordem dos Advogados do Brasil. Um dos pontos do acordo prevê que não haverá anistia aos policias envolvidos na greve ilegal.
A crise no Ceará disparou a incidências de crimes no Estado. Pelo menos 198 pessoas foram assassinadas desde o primeiro dia do motim, na quarta-feira, 19, até a última terça-feira, 25. O número pode ser ainda maior, visto que a Secretaria de Segurança Pública deixou de divulgar balanços relativos aos últimos dias.
Ao todo, 230 policiais militares respondem processos administrativos e foram afastados por 120 dias. Os agentes estão fora da folha de pagamento e podem ser expulsos da corporação. Na última sexta, 28, o juiz Roberto Soares Bulcão Coutinho, da 17ª Vara Criminal de Fortaleza, decretou a prisão preventiva de 43 policiais presos em flagrante. No mesmo dia, o Ministério Público Federal instaurou investigação para apurar a prática de crimes contra a segurança nacional e a ordem política durante o motim cearense.
A piora na segurança pública do Estado levou o presidente Jair Bolsonaro a assinar decreto que instaura operação de Garantia de Lei e Ordem em Fortaleza. Cerca de 2,8 mil homens do Exército e da Força Nacional circulam pela capital cearense e por cidades do Interior para reforçar a segurança nas ruas.
Durante o motim dos policiais, unidades militares foram ocupadas. O caso repercutiu após o senador licenciado Cid Gomes (PDT) ser atingido por dois tiros enquanto tentava negociar a retirada de amotinados em um quartel de Sobral, no interior do Estado. Ele avançou com uma retroescavadeira sobre os amotinados.
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